A intensidade dos dias

Publicado: julho 8, 2007 em Olhar para dentro, Reflexões

Não raramente sinto que o tempo distoa dos meus desejos sobre ele. E isso se reflete, principalmente, pela ausência de tempo de fazer não só tudo aquilo que me é importante, mas também realizar pequenos anseios que somados fazem toda a diferença.

De certa maneira, sou muito ambicioso. Meus objetivos são muito grandes. E não é por ser megalomaníaco, é questão de achar que realmente muita coisa deve mudar. Mas, pera aí, vamos com calma. Começar pelas pequenas coisas quase sempre é uma questão de construir os alicerses para as grandes construções. Então vamos alinhando os objetivos, tentando encontrar um emprego que nos permita viver condizentemente com o que pensamos e sentimos, tentando cultivar as amizades e deixando o coração respirar: quantas vezes não nos deixamos aprisionar e nos entregamos ao cinza do cotidiano, da insegurança e da ignorância?

Acho que para mudar a forma que vivo preciso me tornar consciente: este é um pensamento recorrente e de implicações muito práticas no cotidiano. O que eu faço, e por que eu faço? Se, para mim, o grande problema do mundo é que as pessoas estão se tornando incapazes de sentir o peso da realidade ao seu redor, será que eu estou sentindo este peso na medida certa, sem que isso sufoque as minhas esperanças e, ao mesmo tempo, sem que isso abra as portas para o comodismo e para a indiferença?

Não há como estar satisfeito com tudo o que se faz, essa é uma constatação óbvia. Mas se pelo menos não precisarmos sofrer pelo que deixamos de fazer, já é um bom começo. E será que estamos caminhando de olhos abertos para um lugar que nos traga mais realizações das que temos agora?

A palavra da vez é construção.

Sinto que às vezes começo pensando em escrever uma coisa, mas as palavras me escapam, e quando termino não sei muito bem o que aconteceu. É como sonhar: você é sujeito, e no fundo seu papel nos caminhos que escolhe são fundamentais, mas isso não significa que você tenha o controle. Divertido, mas perigoso.

comentários
  1. Oi, Gabriel!
    Obrigada pela visita.
    Gostei de seu blog como está, por que mudar o template?
    Abraço e até qualquer hora.

  2. Sheila disse:

    Passei para agradecer a sua visita ao meu blog e acabei me perdendo, lendo seus posts…Vc escreve divinamente bem!
    Voltarei mais vezes.

    Beijo!

  3. Katia disse:

    Ultimamente ando escrevendo pouca coisa. Idéias sobrepõem idéias, mas parece nunca haver um lugar efetivo para todas juntas. Tudo parece avacalhado, meio na contramão, sem sentido. Vazio, principalmente. Deve-se principalmente à desconstrução diária.
    Tenho ambicionado muito também, mas desconstruído na mesma proporção. Erro nas medidas ainda.

  4. Carol Timm disse:

    Olá Gabriel,

    Fiquei feliz com sua visita e impressões da FLIP. Cheguei em casa tarde, liguei a TV… novela. Mudei de canal… adivinha?
    Entrevistas com autores que foram a FLIP. Hoje está “hablando” um escritor mexicano, Gillhermo Arriaga, o qual está me tirando totalmente a atenção da internet. Faka muito bem ele!!

    Ah… conta mais da FLIP, da linda Parati, dessa tua experiência vivida e com a qual tenho sonhado.

    O teu blog é lindo, concordo com a Adade. Está muito leve e sofisticado o template. Deixa assim. Faltam links, e outras coisinhas, que vem com o tempo. Mas gostei bastante daqui.
    Já vais ganhar um link para a Casa de Palavras, tá?
    Volto para te ler mais e mais…

    Beijo e bom passeio no Rio!!
    Carol

  5. Mary disse:

    “Divertido e perigoso”

    Como sempre. Como tudo.

  6. Marilac disse:

    Oii Gabriel,
    Você escreve com muita sensibilidade!
    Eu queria mais tempo também para tanta coisa..As vezes dá esse medo de: será que no corre corre o que é realmente importante ficou pelo meio do caminho?
    O equlibrio é importante..e esses questionamentos que vc sugere tb!

    Bjs

    Marilac

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